Há 56 conflitos a acontecer por todo o mundo, o número mais alto desde a Segunda Guerra Mundial, aponta o último relatório do Instituto para Economia e Paz, com mais de 90 países envolvidos em guerras transfronteiriças, que já obrigaram 110 milhões de pessoas a deixarem as suas casas.

Segundo o Índice Global da Paz 2024, organizado em colaboração com as Nações Unidas, os países são listados com notas que vão de 1 (muito seguro e pacífico) a 5 (pouco ou nada seguro e pacífico). Portugal caiu uma posição e é agora o sétimo país mais pacífico do mundo, desmentindo a insegurança que alguns partidos afirmam existir no nosso país.
A Islândia é considerado o país mais pacífico (posição que ocupa desde 2008), seguida pela Irlanda, Áustria, Nova Zelândia, Singapura, Suíça, Portugal, Dinamarca, Eslovénia e Malásia. No final da tabela encontramos o Iémen, seguido pelo Sudão, Sudão do Sul, Afeganistão e Ucrânia. Os EUA, Israel, a Rússia e a Ucrânia também estão cotados negativamente.
Houve 162.000 mortes relacionadas com guerras em 2023, o segundo maior número de vítimas nos últimos 30 anos. Só na Faixa de Gaza e na Ucrânia morreram mais de 160 mil pessoas no ano passado.
Esta é a 18ª edição do GPI, que classifica 163 países e territórios independentes de acordo com seu nível de tranquilidade e paz. Ao todo, 99,7% de toda a população mundial está representada nesta classificação.
Acredita-se que, com base na arqueologia, a primeira guerra tenha acontecido há mais de 4.000 anos entre a Suméria e o Elam na região da Mesopotâmia, mas há investigadores que acreditam que poderão ter ocorrido outros conflitos bastante antes dessa altura. Infelizmente, não tem sido preciso muito para começar uma guerra. «A guerra e a ceia, começando se ateia» ou «Guerra, peste e carestia andam sempre em companhia», diz o povo. E quem padece mais? «Quando os elefantes lutam, quem sofre é o capim.»
Por definição, a guerra é um estado de conflito armado entre dois ou mais países ou grupos dentro de um país para alcançar um objetivo, através do uso da força. Na verdade, como referiu Clausewitz, a “guerra é a continuidade da política por outros meios, o que significa que a política se pratica com e sem sangue. Quando envolve sangue, significa guerra.”
No mundo atual, qualquer Estado pode alegar que está a lutar por questões defensivas ou de ameaça à sua segurança existencial, mesmo por algo ainda em estado potencial ou mesmo falso, e desta forma legitimar a sua ação (veja-se a invasão e guerra do Iraque em 2003).
O velho mundo agoniza, um novo mundo tarda a nascer e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”. O postulado de Antonio Gramsci, uma das referências do pensamento de esquerda, é contundente pela capacidade cirúrgica de sintetizar o momento pelo qual passa a humanidade.