Breves reflexões para 2024. Vivemos tempos estranhos e complicados: as posições políticas são mais difíceis que anteriormente, onde os lados estavam mais claros, em alguns casos direi mesmo a tocar o dogmatismo. Até 1990 os mais progressistas aceitavam, quase de olhos fechados, como correto quase tudo o que vinha dos países socialista; para outros, “os comunistas comiam criancinhas”…

Agora alguns até poderão sentir um (secreto) agrado com vitórias da extrema direita, pois isso implica, em princípio, um apelo a conversações na Ucrânia, assim podendo contribuir para a paz. Acresce que põem em causa esta União Europeia, onde os grandes países, como a Alemanha e a França, dominam e limitam a soberania dos restantes membros.
Para ainda baralhar mais, os tais partidos de extrema direita, demagógicamente, propõem políticas que a zona ideológica da direita repudia, atribuindo ao Estado competências contrárias às dos liberais e ultra liberais; também por razões populistas e oportunistas apresentam inconsequentes e ocas campanhas contra a “generalizada corrupção”. Mas a verdade é que em ambos os casos são ouvidos por parte significativa da população.
São tempos difíceis e estranhos!
Com a globalização foram surgindo diferentes polos de poder – países ou organizações internacionais, como os BRICS – onde a influência e mesmo autoridade se manifestam pela sua pujança económica, militar ou ideológica, assim enfrentando os EUA como “polícias do mundo”.
A inevitável Nova Ordem Mundial!
Nestas potências emergentes existem regimes políticos diversos, com opções económicas, políticas, sociais e mesmo religiosas distintas, por vezes com políticas internacionais que, ideologicamente, diferem das executadas internamente. Daqui resulta que as forças progressistas por vezes, em política internacional, estejam do lado de países com políticas internas altamente reprováveis (Irão, p.ex.), veja-se o caso do conflito no médio oriente, com a invasão da Palestina por Israel.
2024 vai ser um ano em que vão realizar-se, em todo o mundo, muitos atos eleitorais, mais de setenta!
Embora considerando que eleições poderão não representar o verdadeiro sentido da população, atendendo a que a classe social que está no poder, controlando a comunicação social, ditas as regras, não deixam de ser acontecimentos importantes: dois mil milhões de pessoas, em 50 países do mundo, poderão ir às urnas em 2024, mais do que em qualquer outro ano da história. Para além de diversos estados europeus, incluindo a Inglaterra, também nos EUA, Índia, Indonésia, bem como na Bielorússia, o Irão e a Rússia, esses atos eleitorais poderão alterar a geopolítica e economia mundiais.
De forma subtil, mas incisiva e eficiente, cada vez mais a China se vai tornando num parceiro que joga cartas com sabedoria e eficiência. Num mundo em convulsão, o que nos trará o Ano Novo do Dragão chinês?