Na pacata cidade de Castelo Branco, onde as colinas serpenteiam preguiçosamente em direção ao horizonte e o calor do verão é só rivalizado pela paixão das suas gentes, um episódio peculiar veio a lume. Enquanto os clubes e associações locais labutam incansavelmente para colocar a cidade no mapa, o executivo camarário, liderado por Leopoldo Rodrigues, pareceu mais preocupado em afiar o machado da vaidade do que em cultivar o espírito de comunidade.
As associações com a cultura e o desporto, com parcos recursos, mas com um entusiasmo inabalável, têm sido os verdadeiros embaixadores da cidade. Exemplo maior disso é o Clube de Ciclismo de Castelo Branco, que, com o seu Downhill Urbano, fez estremecer as pedras seculares da cidade e trouxe um influxo de adrenalina que se traduziu diretamente na economia local. Mas, ao invés de aplausos e apoios prontos, depararam-se com um atraso na atribuição de subsídios já no início deste ano com o mandato de Leopoldo, que tem sido de imperfeições e incapacidade de gestão. Sim, porque Leopoldo Rodrigues, no seu afã de mostrar com as associações na cultura e com o desporto, pulso firme — ou será fraqueza disfarçada? — decidiu testar a paciência de quem realmente trabalha.
Enquanto a cidade vibrava com o sucesso da competição, já firmemente estabelecida no calendário nacional da Taça de Portugal, agora todos se lembraram de Leopoldo, quando estava ocupado a colher elogios num jantar em homenagem ao seu padrinho político, o Comendador Morão. Ah, mas que momento delicioso de ironia: o próprio Morão, no seu discurso, não resistiu a puxar as orelhas ao seu protegido, lembrando-o que as associações com a cultura e o desporto, essas sim, merecem respeito e apoio, pois são o verdadeiro motor social de Castelo Branco.
Rodrigues, qual delfim que tenta nadar contra a corrente, talvez não tenha percebido que ao atrasar os subsídios às associações, acabou por expor a sua própria falta de visão. Talvez estivesse mais preocupado em medir forças com aqueles que realmente fazem a diferença, sem precisar de palco ou holofotes, mas com uma dedicação silenciosa e eficiente.
Assim, enquanto Leopoldo se delicia com os ecos de um jantar pomposo, os verdadeiros heróis da cidade continuam a sua obra, movidos pelo amor à terra e não pela vaidade. Fica a lição: em Castelo Branco, quem trabalha merece ser apoiado. E quem se esquece disso, que prepare as orelhas para as verdades que doem.