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Agricultura precisa de trabalhadores estrangeiros para sobreviver

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defendeu que o setor agrícola tem uma “falta crónica de trabalhadores”, sendo que a contratação de estrangeiros, que representam 40% da mão-de-obra no setor, é “imprescindível”. “Quem for contra a imigração, é contra o desenvolvimento do país”, diz presidente da Confederação dos Agricultores. O presidente da CAP diz que o sector depende da imigração, mas defende controlo para evitar precariedade. Deixa recado à “gente da cidade” e critica “extremistas ambientais”.

“O setor agrícola enfrenta uma falta crónica de trabalhadores, pelo que a contratação de trabalhadores estrangeiros é imprescindível para o normal funcionamento da agricultura portuguesa”, afirmou o secretário-geral da CAP, Luís Mira, em resposta à Lusa.

A agricultura tem perto de 50.000 trabalhadores por conta de outrem, sendo que a população estrangeira representa cerca de 40% do total, segundo as estimativas da confederação, em consonância com os dados do Boletim Económico do Banco de Portugal (BdP).

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) afirmou que, “quem for contra a imigração, é contra o desenvolvimento do país”, sublinhando que qualquer Governo deve passar pela concertação social para “ouvir os outros”.

O antigo embaixador, que assumiu a presidência da CAP no ano passado, destacou a importância dos trabalhadores estrangeiros para sectores como a agricultura, turismo ou construção, que dependem desta mão-de-obra “para a sua sobrevivência”.

O líder da confederação dos agricultores pediu que se evitem populismos, nomeadamente a ideia de que Portugal poderia prescindir destes trabalhadores, o que disse ser “um disparate com gravíssimas implicações económicas”.

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao segundo trimestre, no setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, a remuneração base média foi de 810 euros, ou seja, abaixo do salário mínimo nacional.

Questionado sobre este valor, Luís Mira sublinhou que a remuneração em causa considera o trabalho a tempo integral como parcial, incluindo assim “a remuneração de postos de trabalho que podem durar menos de um mês”.

Para a CAP, esta situação é também reflexo da falta de mão-de-obra no setor, bem como da sazonalidade.

Já sobre a possibilidade de se verificar um aumento da remuneração, a CAP referiu participar no diálogo social, em conjunto com os sindicatos, para promover a valorização salarial de todos os trabalhadores do setor agrícola português.

O Governo de Luís Montenegro apresentou, recentemente, o plano de ação para as migrações e algumas medidas destinadas à promoção do emprego dos migrantes, como a criação de uma rede de

parceiros, coordenada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), para reforçar a integração de imigrantes que não encontram trabalho ou perderam o vínculo laboral.

Por outro lado, foi anunciado o reforço do número de adidos nas embaixadas “com o objetivo de promover a contratação e colocar em contacto empresas que queiram recrutar trabalhadores estrangeiros, bem como direcionar trabalhadores estrangeiros que queiram vir para o nosso país trabalhar” de forma regulada.

A confederação dos agricultores tem vindo a defender o reforço de recursos humanos nos postos consolares e a criação de um plano de atração de imigrantes, como “condições indispensáveis” para a sustentabilidade económica.

Apesar de notar que o Plano de Ação para as Migrações anuncia alguns desses desígnios, a CAP ressalvou que o mesmo está numa “fase embrionária”, não se registando, até ao momento, “qualquer impacto” no setor agrícola.

“Com várias medidas ainda por implementar, a CAP espera que estas políticas garantam uma mais célere, regulada e eficaz resposta à emissão de vistos de estada temporária para o setor agrícola”, concluiu Luís Mira.

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