O próximo dia 5 de novembro, data das Eleições Presidenciais nos Estados Unidos da América, será decisivo para o futuro da mais antiga democracia contemporânea, mas também de todo o Mundo. No boletim de voto estarão representadas duas visões completamente opostas sobre o rumo que a História deve tomar. De um lado, o isolacionismo que, com laivos autoritários, alterou o panorama da política mundial e provocou distúrbios significativos na política externa. Do outro, o reformismo solidário e pragmático de Kamala Harris a quem a “brat hype” não chega para dar respostas claras, domésticas e externas, aos desafios que a atual administração enfrenta. Barack e Michelle Obama foram à convenção democrata em Chigago, apelara a que ninguém fique indiferente a esta corrida eleitoral.
Barack e Michelle Obama foram à convenção democrata em Chigago, no Estado norte-americano do Illinois, para impulsionar a candidatura de Kamala Harris. Ambos apelaram a que ninguém fique indiferente a esta corrida eleitoral.
O antigo presidente dos Estados Unidos e a mulher manifestaram o apoio apaixonado a Kamala Harris como candidata democrata à Casa Branca. A segunda noite da Convenção Nacional do partido ficou também marcada pelo slogan que Barack Obama adaptou para este momento: “Yes she can”, ou “Sim, ela é capaz”, em vez de “Yes we can”, “Sim, somos capazes”, que foi o mote da sua primeira campanha.
No palco, perante o público que esgotou a Arena de Chicago, onde decorre a Convenção Democrata, Barack Obama defendeu que os Estados Unidos “estão preparados para um novo capítulo, para uma história melhor”.“Estamos preparados para a presidente Kamala Harris”.
No discurso que fez na Convenção, Barack Obama elogiou Kamala Harris como a defensora de um país onde tudo é possível. Falou depois da mulher que já tinha feito vibrar o público presente na Arena de Chicago.
Michele Obama garante que o poder alimentado por um sentimento “que está enterrado há demasiado tempo” está a ressurgir: “O poder contagioso da esperança”.“América, a esperança está a regressar”.
Visão limitada de Trump
A antiga primeira-dama dos EUA apontou diretamente à “visão limitada, estreita” de Trump que “durante quatro anos fez tudo para que as pessoas nos temessem (à população afro-americana). (…) Fê-lo temer dois trabalhadores honestos que, por acaso, eram negros”.
Sem rodeios, fez troça de Donald Trump ao questionar se o candidato republicano sabe que está a concorrer a um “emprego de negros”, referindo-se a ser presidente dos EUA. Estas palavras surgem na sequência de o candidato republicano ter afirmado que os migrantes estão a aceitar os “empregos dos negros” nos EUA.“Quem é que lhe vai dizer que a função que ele quer pode ser um trabalho de negros”, referindo-se à Presidência dos EUA.
Palavras de ironia, críticas que o antigo presidente dos Estados Unidos reforçou contra Donald Trump.“Não precisamos de mais quatro anos de arrogância, confusão e caos”.
O ex-presidente norte-americano fez o discurso de encerramento na segunda noite da Convenção Nacional Democrata e provocou aplausos, ao fazer uma crítica contundente a Trump, que o sucedeu na Casa Branca em 2017.
Apoio de Republicanos…
Mas na convenção democrata em Chicago, não serão apenas as personalidades do partido a discursar. Nas últimas 24 horas, vários republicanos que se opõem ao candidato presidencial Donald Trump revelaram que apoiarão Kamala Harris, preparando-se mesmo para subir ao palco do United Center esta semana, para explicar por que consideram que os conservadores deveriam juntar-se no apoio a Harris.
Dois oradores com que a convenção democrata poderá contar são mesmo de estados-chave, adianta a “CNN”, que revelou os seus nomes: John Giles, autarca de Mesa, no Arizona, e Geoff Duncan, antigo vice-governador da Georgia. De acordo com uma fonte ouvida pela “CNN”, Duncan terá um discurso “proeminente” na noite de quarta-feira, dirigido muito em particular para os republicanos “fartos” de terem de desculpar-se pelas ações de Trump.
O antigo vice-governador da Georgia será acompanhado por Olivia Troye, antiga responsável de segurança nacional de Trump na Casa Branca, que se juntou a Harris para um evento em Michigan, alguns dias antes de Joe Biden desistir da corrida. Stephanie Grisham, que serviu como secretária de imprensa da Casa Branca durante a liderança de Trump, também discursará na Convenção Nacional Democrata em Chicago.
O antigo deputado de Illinois Adam Kinzinger falará na noite de quinta-feira, antes de Harris. Por outro lado, o ex-governador de Ohio, John Kasich, um republicano que falou na convenção democrata de 2020, por vídeo, não falará na reunião deste ano.
John Giles, do Arizona, justificou que os acontecimentos de 2020 e 2021 o afastaram irremediavelmente do antigo Presidente dos Estados Unidos. “Fui republicano durante toda a minha vida. Mas, desde que Donald Trump se recusou a aceitar os resultados das eleições de 2020, o Partido Republicano mergulhou cada vez mais no extremismo político.”
Apelar aos republicanos para proteger a democracia foi uma parte fundamental da estratégia de Biden antes de encerrar a sua candidatura à reeleição. De acordo com a “CNN”, há republicanos anti-Trump em cada um dos estados cruciais para definir a corrida presidencial.