Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 encerram-se hoje, e Portugal celebra com orgulho as conquistas dos seus atletas, que trouxeram para casa medalhas de ouro, prata e bronze. No entanto, ao refletir sobre este evento global, sinto-me impelido a homenagear um cidadão que, embora não tenha subido ao pódio, merece o mais profundo respeito e reconhecimento. Refiro-me a Francisco Belo, o internacional albicastrense que, com 33 anos, representou Portugal na disciplina de lançamento do peso.
Francisco Belo não é apenas um atleta de alta competição; é também um homem de saber e serviço, médico de profissão, que equilibra a ciência e o desporto com uma maestria rara. Natural de Castelo Branco, Belo iniciou a sua carreira no modesto clube do Bairro do Valongo, onde desde cedo se destacou nos lançamentos, particularmente no peso, mas também no disco. Este foi o ponto de partida de uma trajetória brilhante, que o levou a representar Portugal nas mais prestigiadas competições internacionais, incluindo duas edições dos Jogos Olímpicos.
Ao longo dos anos, Francisco Belo evoluiu de promissor talento juvenil a um dos melhores lançadores de peso do país. A sua primeira participação olímpica ocorreu em Tóquio, nos Jogos de 2021, onde competiu com os melhores do mundo. Este ano, em Paris, voltou a demonstrar a sua força e determinação, competindo no Stade de France, um palco reservado apenas para os mais preparados. Embora a glória de uma medalha olímpica lhe tenha escapado, a sua presença é, em si mesma, um feito extraordinário que enche de orgulho a sua cidade natal e o país.
A carreira de Francisco Belo é marcada por várias conquistas significativas. Desde as medalhas em campeonatos europeus até aos títulos nacionais, o seu percurso é uma prova de que a persistência, o trabalho árduo e o talento podem levar longe. Destaco, em particular, a sua vitória nas Universíadas de 2017 em Taipé, onde conquistou a medalha de ouro com um impressionante lançamento de 20,86 metros, e o seu recorde nacional no lançamento do peso em pista coberta, com 21,28 metros, alcançado em 2021.
Apesar de todas estas façanhas, Francisco Belo mantém-se fiel às suas raízes e à sua missão como médico, um exemplo raro de alguém que consegue conciliar o desporto de alta competição com uma carreira na medicina. Este equilíbrio entre a mente e o corpo, entre a ciência e o desporto, é uma das características que o tornam verdadeiramente extraordinário.
Hoje, ao encerrarmos mais uma edição dos Jogos Olímpicos, devemos recordar e celebrar não apenas os campeões que regressam com medalhas ao peito, mas também aqueles que, como Francisco Belo, levam consigo a dignidade, a honra e o espírito de superação que são a verdadeira essência do desporto. Francisco Belo, o gigante de Castelo Branco, continua a ser um exemplo para todos nós, dentro e fora das pistas, e merece o nosso mais profundo respeito e admiração.
Que esta homenagem do jornal em linha “ORegiões” sirva de inspiração para futuras gerações de atletas e para todos aqueles que, como Francisco Belo, acreditam que o verdadeiro triunfo reside na dedicação, na resiliência e na paixão pelo que fazem.